terça-feira, 26 de maio de 2009

DIÁRIO DE BORDO

Pedagogia da Autonomia



VISITA A UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ - UNOPAR

Londrina-PR, 14 de maio de 2009.

Eu dedico esta escrita a todos os meus colegas da UNOPAR VIRTUAL, por este Brasil afora, em especial a Bahia e mais especial ainda ao Pólo de Pau da Lima, Salvador.
Eu realizei um sonho de conhecer a UNOPAR em Londrina, Município do Norte do Paraná. Toda minha expectativa foi superada, acreditem!

“Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Está é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado”.
Paulo Freire

Primeiro que a hospitalidade do povo é igual ao Soteropolitano, isso mesmo igual habitantes de Salvador, que adoram receber bem o turista seja de onde for. Nos coletivos, nas ruas, nas lojas, na Universidade, enfim em todos os lugares as pessoas falam com você com uma alegria enorme, você não sente falsidade, parece ser do fundo da alma ou do centro do coração, sei lá.

Caros colegas, a Profª. Cidinha é uma MARAVILHA de pessoa, “colou comigo” (gíria da Bahia) e foi me apresentando em todos os departamentos, nas salas de professores, nos estúdios, olha! Ela fez um Tour comigo em todas as dependências da Universidade.

Fui recebido também pela Profª Elisa Maria de Assis que é Pró-Reitora de Ensino a Distância, além de me dar as boas vindas me presenteou com uma pasta personalizada de couro lindíssima, com folders, caneta, suporte de mouse e alguns exemplares de revistas da UNOPAR, para que eu pudesse perceber a grandeza que é a instituição. Em retribuição eu a presenteei com um protótipo de berimbau, feito artesanalmente em Salvador, que eu levei junto com uma listinha de 28 professores, todos que ministraram as diversas disciplinas do nosso curso de Pedagogia, desde o I Módulo até o VII Módulo, que estamos concluindo agora. Cada professor ou professora de minha lista recebeu pessoalmente a lembrancinha em nome de todos os baianos, apesar de meu pólo ser de Pau da Lima em Salvador, fiz questão de presenteá-los em nome todos os alunos, tutores de sala, funcionários e coordenações administrativa, acadêmica e pedagógica de todos os pólos da Bahia.

São 2.374 km de distância entre Salvador-BA e Londrina-PR.
“Os sonhos devem ser ditos para começar a se realizarem. E como todo projeto, precisam de uma estratégia para serem alcançados”. (Paulo Freire)

Você colega, teria uma idéia de como são as coisas na UNOPAR VIRTUAL? Pois bem, eu tinha uma noção que era grande, mas é GRANDIOSO, e tem perspectiva de ficar maior, tem mais de 600 professores especialistas, tutores eletrônicos, cada um com aproximadamente 150 alunos de todas as partes do Brasil, 07 estúdios altamente equipados com tecnologia de ponta, um gerador de energia que dá para iluminar uma cidade inteira, de prontidão para o caso de necessidade, ou seja, se faltar energia em Londrina tudo continua funcionado como se nada tivesse acontecido, dezenas de funcionários, técnicos de manutenção, serviços gerais, uma recepção que faz o controle de todos que entram e saem com seus cartões magnéticos, nas catracas eletrônicas. Tudo muito bem organizado. Pudera, são mais de 130 mil alunos, 13 Graduações e 11 Pós-Graduações. Olha que só estou mencionando apenas uma fatia do bolo que representa a Pró-Reitoria de Ensino a Distância, que é a UNOPAR VIRTUAL. O restante da fatia representa as outras Pró-Reitorias de Pesquisa e Pós-Graduação, Pró-Reitoria Acadêmica, Pró-Reitoria de Ensino e Extensão e todos os seus Campi.

Em relação à parte da minha visita a Unopar Virtual o que me chamou a atenção foi o fato de saber e ao mesmo tempo constatar que cada tutor ou tutora eletrônica tem que ter o conhecimento de todas as disciplinas que estudamos, além, é claro de estar em sintonia com a aula dada, porque é o tutor que tira as dúvidas, orienta, corrige e avalia todos os trabalhos. Quanto mais agora com as novas regras do MEC, as respostas dissertativas nas PCIs, Web Aulas e Fóruns. É uma loucura total. Assemelha-se um pouco com pregão de bolsas de valores, só que com mais pessoas e sem aquele grita-grita, aqui é quase tudo silencioso, tem muito trabalho, uma correria cadenciada, que é assim “cada um no seu quadrado”, os tutores e tutoras lá, frente ao monitor concentrados nas aulas, a idéia que me passou foi que os tutores conhecem os alunos como se estes fossem presenciais, por exemplo, quando a profª Cidinha falou da competência de Sidnei, nosso professor de Salvador, eu senti que ela falou com base, além do mais ela não o conhece pessoalmente, mas você pode dizer: sim, mas Sidnei é professor, eu respondo citando outra observação. Cidinha (olha a minha intimidade) estava me mostrando como é que ela organiza as coisas, como é a avaliação, então foi me mostrando uma lista enorme de alunos e parou em “um qualquer” qual foi o nome que caiu, meu colega Gilmário ela disse, com voz suave, porém firme, olha aqui, este rapaz tem conteúdo você consegue ver nas entre linhas que ele é bom, pegou outra, como se fosse um sorteio e disse Jocimeire é da sua sala, ela é boa e foi falando de alguns colegas do mesmo kilate, (que eu não vou comentar para não criar animosidade entre colegas) porque não era intenção dizer quem era bom e quem não era, entende? Apesar de que em nenhum momento ela me disse este aqui não tem condições, dentro da sua ética profissional ela foi sincera e falou claro que tem alguns fracos, tímidos, mas que estão na média.

O que me deixou um pouco decepcionado foi quando ela disse que teve que dar conceito bom para grande parte dos colegas da minha sala por ter copiado uma resposta, ela me mostrou e disse “olha aqui este erro de português” (em uma frase que não me recordo) “até o erro foi copiado, estão todos iguaizinhos”, e ela disse o seu está aqui, não foi copiado não, disse. Não fiquei apreensivo porque, claro, a resposta foi minha. Entretanto eu achei incrível como ela é capaz de envolver-se com cada um dos seus 151 alunos, corrigindo, orientando, avaliando. Gente, não é moleza não, só vendo para crer.

Um detalhe, e como não poderia deixar de ser diferente em relação a cidades brasileiras, os professores e professoras, a grande maioria, se não for todos, trabalham em outros lugares, como faculdades, escolas públicas e particulares, ou seja, mesmo com tanto trabalho eles têm que garantir uma segunda renda. Como na maioria do Brasil, inclusive em outras categorias profissionais.

Eu não titubiei claro aproveitei para conversar com a Profª Juliana Suzuki que é mestra em novas tecnologias, (aquela que nos deu a primeira aula do Modulo VII), porque meu TCC é sobre tecnologia da Educação na Inclusão de jovens e Adultos, eu não iria perder a oportunidade de beber da fonte. Em meio às conversas, depois que ela me forneceu várias referencias bibliográficas e me incentivou bastante para que eu continue graduando, pós-graduando, mestrando e etc. eu perguntei: Profª, desculpe a invasão de privacidade, mas a senhora tem uma vida normal, assim com a família, com o lazer, nos finais de semanas, eis o que ela me disse: “Antonio Jorge, agora está um pouco melhor, mas depois das mudanças propostas pelo MEC tivemos que escrever todos os livros, o MEC não aceita mais livros didáticos, então temos que pesquisar, escrever, elaborar todos os materiais complementares, enfim, desde o ano passado que ficamos aqui trabalhando até nos finais de semana, o Natal só foi o dia, porque no dias seguintes estávamos aqui trabalhando, o Ano Novo da mesma forma. Depois desse trabalhão todo a editora que foi escolhida não deu conta de produzir todos os livros, resultado, 10% dos alunos estão recebendo os livros agora e com isso nós não podemos aplicar provas, se o aluno não tem o livro como que ele faz a prova?”.

No dia seguinte, quarta-feira, dia e hora que eu, se estivesse em Salvador, estaria em sala de aula com meu professor e colegas, de repente a professora Cidinha me disse: A Pró-Reitora autorizou você a entrar na aula do Prof. Fábio Luiz da Silva e dar um alô para o pessoal de Salvador. “Rapaz” (outra expressão da Bahia) me deu um frio na barriga, eu tinha que ser rápido, o tempo do intervalo já estava no fim, estão o Prof. Fábio deu a deixa para eu entrar e dar um olá para os colegas, foi rápido. Imagine, eu já havia quebrado o protocolo ao entrar no estúdio, não queria atrapalhar a aula, mas disse aos meus colegas: “Olha, estou aqui, não disse que vinha? A UNOPAR é de verdade, professor Sidnei seu conceito aqui é alto”, mais ou menos assim, quando a gente fica nervoso não lembra de tudo, (rs). Mas foi muito legal, quando eu voltei à sala de triagem das perguntas dos alunos, quase TRÊS MIL colegas de pedagogia conectados naquele momento, “bombou” mensagens, que eu era lindo, alunos de Pólos do Paraná, bem próximo de Londrina, nunca se interessaram em visitar a UNOPAR e um aluno de Salvador, muito mais longe foi, mensagem da minha sala enviada pelo Prof. Sidnei e outras mensagens que eu não poderia ficar lendo para não atrapalhar o processo da aula, é tudo muito dinâmico. Depois a Pró-Reitora colocou uma cadeira dentro do estúdio e me convidou para assistir a aula até o final, ao lado do Prof. Fábio, Antonio o tradutor de LIBRAS e os técnicos. Enfim, foi uma noite para entrar para a história.

“Confia no Deus eterno de todo o seu coração e não se apóie na sua própria inteligência. Lembre-se de Deus em tudo o que fizer, e ele lhe mostrará o caminho certo”.
Provérbio Bíblico

Colegas, sabem o que me deixou mais orgulhoso na minha visita? Um doce para quem disser. Meu professor Sidnei Lima, nosso professor tem o maior conceito entre todos os professores por aqui, sei que isto não vai deixa-lo vaidoso, muito pelo contrário vai aumentar a sua responsabilidade nas aulas, nas intervenções, nas mediações e no diálogo com os professores da Base. Eu fiquei muito orgulhoso por ele ser nosso mestre. Sei que não é tarde, mas se a minha turma fizer mais silêncio vamos aproveitar mais o que este conceituadíssimo professor tem a nos ensinar, ainda há tempo.

Senti falta do Prof. Fernando Zanluchi, aquele de Psicologia da Educação, Módulo I, dávamos muitas risadas com ele. No momento ele está em tempo integral no seu consultório de Psicologia. Mas aqui todos gostam dele e se divertem só em lembrar das loucuras que ele fazia (loucura no bom sentido), quer relembrá-lo, busque no link das aulas passadas e escolha o nome do referido professor.

A tutora eletrônica Maristela Laranjeira também é uma figura muito divertida. No meio de tanta seriedade no trabalho se não tiver algum para quebrar o gelo vira um tédio.

Professor João Vicente Hadich, de Filosofia, também do Módulo I, parece um menino, mas tem um cabeção! Quero dizer tem muito conteúdo intelectual incrível, como nosso Prof. Sidnei, também cabeção.

Profª Luciana Trindade, não foi nossa tutora, mas eu simpatizei de cara, quando Cidinha estava do meu lado direito ela estava no esquerdo e vice-versa. Uma pessoa fantástica, até disse que vai aparecer na minha casa com marido e filhos para passar umas férias.

Profª Cidinha, nossa que pessoa linda por dentro e por fora, muito atenciosa, carinhosa, dedicada, há! Nossa ficou muito feliz com a minha visita, eu meio “cabreiro” para não atrapalhar o trabalho dela e ela o tempo todo do meu lado, junto com a Profª Luciana, saia resolvia uma coisa e voltava novamente, saia outra vez para verificar a caixa de mensagem dos alunos, respondia alguma coisa e voltava, Luciana fazia a mesma coisa, eu nunca ficava sozinho, já pensou, eu ali no meio das duas, como é que podia pensar em sair, aonde!!! (rs).

“A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante”. (Paulo Freire)


Marieta Severo e Andréia Beltrão
No meu retorno a Salvador enquanto espera o vôo no aeroporto de Congonhas-SP encontrei estas duas figuras muito simpáticas e aproveitei a "Grande Familia" para tirar uma foto de recordação. Uma pena que não deu tempo de convidá-las para um jantar (rs).